Takehiko Inoue é um dos autores favoritos dos
japoneses, além de ser um dos mais ricos. Suas obras vendem rios de
cópias e corriqueiramente são nomeadas para dezenas de prêmios. Slam
Dunk chegou a ser votado como o mangá mais adorado de todos os tempos no
Japão.
O autor é conhecido por ser um bom roteirista que alia comédia à
aventura, além de possuir traços muito realistas. Ele se destaca também
por não ter medo de colocar seus personagens em situações desagradáveis
ou de derrota, sempre mostrando que por mais ruim que seja o momento,
com esforço e garra você consegue retomar seu caminho. Admite também ser
viciado em trabalhar e odiar perder.
Seu nome verdadeiro é Takehiko Nariai, mas assina suas obras como Takehiko Inoue. Inoue é o sobrenome mais comum japonês, similar ao Silva e Santos no Brasil.
Gosta muito de desenhar e de tirar fotos, em especial de paisagens,
animais (a maioria do seu gato, ele adora gatos) e de comida. Também
gosta de escrever colunas (uma delas ainda ativa na Young Jump),
participa ativamente de debates relacionados principalmente ao seu
esporte favorito – é constantemente convidado como comentarista dos
jogos ao vivo da NBA no Japão – e escreve num blog que disponibiliza em
4 línguas, mantendo uma ótima relação com fãs, sendo considerado uma
pessoa muito simpática por todos.
Nasceu em 12 de janeiro de 1967 em Okuchi (Isa), Kagoshima. Praticava
Kendou quando novo, porém durante o colegial começou a praticar basquete
como forma de chamar atenção das meninas (e porque o clube de kendou
estava super lotado), mas acabou se apaixonando pelo esporte e se
tornando um grande fã. Ele praticou insistentemente, tendo conquistado o
posto de capitão do seu clube mesmo não sendo conhecido como um bom
jogador.
Durante essa época ele começou a desenvolver interesse por desenho e
decidiu se tornar um mangaká. Por não ter dinheiro para fazer cursos
relacionados à arte e necessários para entrar nas universidades de
Artes, Takehiko entrou para a universidade Kumamoto.
Mesmo tendo parado de praticar, Takehiko nunca deixou de amar o
basquete, o que é claríssimo em suas obras. Muitas delas têm a temática e
ele é conhecido por ser muito preciso nos desenhos e movimentos
relacionados com o esporte.
Por causa de suas obras a quantidade de pessoas praticando basquete
no Japão aumentou, especialmente entre crianças e adolescentes. Mais
tarde Takehiko ganhou um prêmio da Associação Japonesa de Basquete por
causa disso.
Decidido a ser um mangaká ele abandonou a faculdade, mudou-se para Tóquio e tornou-se assistente de Tsukasa Houjou, autor de City Hunter, Angel Heart e Cat’s Eye. Na época trabalhou com a obra City Hunter durante 10 meses, aprendendo todo o básico de como se produz um mangá.
Foi em 1988 que Takehiko mandou “Kaede Purple“, uma yomikiri de basquete e comédia, para um concurso da Shounen Jump da Shueisha. No mesmo ano ganhou o prêmio Tezuka e a chance de trabalhar na Shueisha.
A partir daí produziu Hana Shonen, uma comédia romântica (sem basquete), e Jordan Mitee ni,
uma história de três jogadores de basquete que perdem a chance de
competir em um torneio e acabam aceitando jogar contra três japoneses.
Em 1989 lançou sua primeira série, Chameleon Jail. Nesse trabalho fica muito claro a influência de Houjou, sendo uma história de ação e crime na cidade de Nova Iorque.
Em 1990, utilizando personagens de Kaede Purple, cria Aka ga Suki (Gosto de Vermelho), o piloto de Slam Dunk.
A recepção foi ótima e no mesmo ano começou a serialização de Slam Dunk
na Shounen Jump. Rapidamente a série alcançou um sucesso inacreditável,
chegando à 120 milhões de cópias vendidas no Japão (140 no mundo). A
critério de comparação, Dragon Ball que é cinco anos mais velho e tem
mais volumes vendeu até 2011 150 milhões de cópias. Por volume Slam Dunk
é a obra mais bem vendida do Japão, também votada, em 2007, a preferida
dos japoneses.
Durante a produção de Slam Dunk o autor também escreveu duas pequenas histórias, Baby Face e Hang Time.
Em 1993 a obra também foi transformada em anime. Em 1995 ganhou o 40º
Shogakukan Manga Award na categoria shounen, seu segundo prêmio.
Após a finalização de Slam Dunk em 1996, passou a lançar online (em quatro línguas) em conjunto com a ESPN a obra Buzzer Beater,
outro mangá sobre basquete, mas intergalático. Foram no total 80
capítulos, mais tarde lançados em volumes: 2 versões com 4 volumes e a
mais recente com apenas 2.
Até hoje é possível ler a história de graça em inglês no site do autor. Dentro do site, escolha a língua, depois procure a imagem escrito Buzzer Beater – o autor pede para que não seja linkado
diretamente ao quadrinho e por respeito não o farei. O ruim da versão
em inglês (ou qualquer outra que não japonês) é que algumas coisas não
estão traduzidas, como onomatopeias e falinhas.
Nessa obra o autor explorou os recursos digitais, claramente é
possível ver o aspecto ‘tosco’ dos primeiros capítulos e como autor
progride conforme vai passando a história. Além disso em 2005 Buzzer foi
transformado em um anime de 13 episódios, sendo que em 2007 foi
produzido uma segunda temporada com mais 13.
Ao final de BB em 1998, Takehiko produziu uma yomikiri, Pierce, história com Ayako e Ryouta. Logo depois começou seu segundo imenso sucesso, Vagabond.
Vagabond é baseado na lenda japonesa de Miyamoto
Musashi de Eiji Yoshikawa e foi a primeira obra do autor no gênero mais
histórico com samurais. Ganhou até agora 3 grandes prêmios por esta
obra, que continua sendo lançada, embora no momento esteja em
hiato. Vagabond chegou a vender 60 milhões de cópias.
Um ano depois (1999) iniciou outro mangá de basquete, Real,
desta vez com jogadores paraplégicos, voltado para o público mais velho
(seinen). Real também recebeu um prêmio e chegou a vender 12 milhões de
cópias (10 volumes) cerca de 1,2 milhões por volume, o que não é pouco.
Em 2001 Slam Dunk foi relançado em formato Kanzenban, com mais
imagens, novas capas e revisões. Foi lançado mensalmente, totalizando 24
volumes. O sucesso do relançamento foi absurdo, tendo sido um dos
Kanzenbans mais vendidos da história.
Em 2002 chegou a colaborar com uma yomikiri para a coleção Adidas Manga Fever.
Ainda em 2004 quando Slam Dunk chegou a mais de 100 milhões de cópias
vendidas, Takehiko agradeceu ao público, agradecimento este tendo sido
publicado nos seis maiores jornais do Japão. Em comemoração escreveu
também um curta: Slam Dunk 10 Days After. Criou
também a Slam Dunk Scholarship, um fundo que ajuda jogadores de basquete
estudantes (que desejam ser profissionais) a ir para as escolas
americanas de preparação especializadas no esporte.
Além dos mangás, trabalha como ilustrador e designer para revistas, em artbooks e games.
Em 2011, após o Tsunami, o autor participou ativamente dos esforços para ajudar o Japão. Produziu ilustrações chamadas “smile” (sorriso) que foram vendidas ao redor do mundo como forma de levantar dinheiro.
Além dos records japoneses, Inoue é um dos poucos autores que já teve
suas obras em todos os cantos do mundo (ou quase). Atualmente já foi
licenciado na Coreia do Sul, Hong Kong, Cingapura, Tailândia, Filipinas,
China, Indonésia, Taiwan, Malásia, Austrália, Nova Zelândia, Itália,
França, Alemanha, Espanha, Polónia, Finlândia, Estados Unidos, Canadá,
Argentina, México e, é claro, Brasil.
Por aqui tivemos dois lançamentos pela Conrad: Slam Dunk e Vagabond. O primeiro foi lançado em 2005 no formato tankoubon e foi finalizado com os 31 volumes. Já Vagabond
foi lançado originalmente em 2002 em formato meio-tanko e após 44
volumes (em 2006) a editora descontinuou o formato e passou a lançar
desde o volume 1 em formato de luxo. Na verdade o formato “luxo” de
vagabond não passava do formato original com bom acabamento pelas mãos
da Conrad. Ao alcançar o volume 14 a Conrad passou por apuros, tendo
sido vendida para a IBEP. Até agora não foi dito qual o futuro da obra,
se foi cancelado ou não.
Confira abaixo a mangrafia do autor:
1988 – Kaede Purple (one-shot)
1988 – Hana Shonen(one-shot)
1989 – Jordan Mitee ni (one-shot)
1989/90 – Chameleon Jail (2 volumes tankoubon, 1 volume shinshouban (2004))
* A primeira versão incluia as one-shots Kaede Purple (vol1), Hana
Shonen (vol2) e Jordan Mitee ni (vol2). Na versão shinshouban foi
adicionado Baby Face.
1990 – Aka ga Suki (piloto de Slam Dunk)
1990/96 – Slam Dunk (31 volumes tankoubon, 24 volumes kanzenban (2001/02))
1992 – Baby Face (one-shot)
1993 – Hang Time (4 capítulos)
1997/98 – Buzzer Beater (webcomic, 4 volumes deluxe, 2 volumes shinshouban)
1998 – Pierce (one-shot)
1998 – Vagabond (33 volumes, em andamento)
1999 – Jump Shounen (parte de Tokaimon)
1999 – Real (10 volumes, em andamento)
2002 – I Love This Game (parte de Adidas Manga Fever, volume único)
2004 - Slam Dunk 10 Days After
Abaixo os prêmios:
1988 – 35º Tezuka Award (por Kaede Purple)
1995 – 40º Shogakukan Manga Award, categoria shounen (por Slam Dunk)
2000 – 4º Japan Media Arts Festival, categoria mangá (por Vagabond)
2000 – 24º Kodansha Manga Award, categoria geral (por Vagabond)
2001 – 5º Japan Media Arts Festival, categoria mangá (por Real)
2002 – 6º Prêmio Cultural Osamu Tezuka, categoria mangá (por Vagabond)
2008 – 2º Prêmio Asiagraph (para o autor)
2009 – Prêmio Geijutsu Senshou Shinjin (para o autor)
2010 – Prêmio Especial da Associação Japonesa de Basquete (por todas as suas obras do esporte)
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